quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Cuidadores informais, Portugal, 2017

Imagem sem créditos, daqui
"Envolver os parceiros sociais nas discussões e debates relativamente às soluções que permitam a conciliação entre a prestação de cuidados pelo CI e a sua profissão, de forma a garantir que não existam impactos negativos a nível profissional, económico e pessoal, e impedir a descriminação, nomeadamente do que diz respeito à mulher, salvaguardando a igualdade de género" (p. 35)
in  Medidas de intervenção junto dos cuidadores informais : documento enquadrador, perspetiva nacional e internacional / estudo por grupo de trabalho: Ana Ribas Teixeira e outros. Lisboa, setembro de 2017, 35 p. + Bibliografia (p. 36-42) e Anexos com diversas tabelas (p. 43-114)
Texto integral, descarregável (pdf), aqui 
Índice geralIntrodução1. Enquadramento2. Conceitos e funções do cuidador e da pessoa cuidada3. Princípios do cuidar4. Valor económico dos cuidadores e impacto do cuidar5. Medidas de proteção aos cuidadores na Europa
  • 5.1. Descanso do cuidador
  • 5.2. Capacitação e os serviços de treino, aconselhamento e informação
  • 5.3. Reconhecimento dos cuidadores
6. Medidas de proteção aos cuidadores em Portugal
  • 6.1. Síntese legislativa
  • 6.2. Medidas de proteção social
  • 6.3.Experiência da rede nacional de cuidados continuados integrados
  • 6.4. Experiências de apoio aos cuidadores em Portugal
7. Considerações finais e recomendações.
 
Bibliografia. Anexos

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

1º Encontro Mithos a Ler, Vila Franca de Xira, 2017

Montagem fotográfica Miguel Horta, daqui


Nos dias 3 e 4 de Novembro  de 2017 realizou-se na Biblioteca Fábrica das Palavras em Vila Franca de Xira o 1.º Encontro Mithós a ler: Leituras inclusivas para todas as idades. Surgiu de uma proposta à Mithós Histórias Exemplares feita pela  Laredo - Associação Cultural que foi apoiada pela Fundação Auchan para a Juventude e pelo Centro de Formação Infante D. Pedro (creditação como formação para docentes). 


A proposta era dar a conhecer este projecto e após um ano realizar uma reflexão sobre o seu desenvolvimento.   Propunha-se ainda discutir a temática da deficiência, a inclusão e o acesso à informação com a tomada de consciência dos nossos direitos.  E ainda o papel das bibliotecas como transmissor da informação e ajuda à  tomada de consciência pelas pessoas com deficiência - de quais são os seus direitos e deveres e de como agir para os ver reconhecidos.

No 1.º painel “Bibliotecas – Espaço de Inclusão”, no dia 3 de Novembro, falaram: 
Manuela Barreto Nunes - Professora da Universidade Portucalense e Miguel Horta - Mediador de Leitura. Seguiu-se um debate sobre a “Educação e Mediação Leitora”. 
Manuela Barreto Nunes referiu o Manifesto da UNESCO sobre as Bibliotecas Públicas realçando que devem ser acessíveis a todos sem distinguir raça, género, religião, idade, nacionalidade, língua ou condição social. São particularmente importantes para pessoas com diversidade funcional, minorias étnicas e linguísticas ou reclusos. As bibliotecas são como um organismo vivo, elas tornam-se espaços de aprendizagem, de partilha de conhecimentos e de afectos e podem  combater a solidão, o desemprego, a iliteracia digital e a infoexclusão. Segundo afirmou, a inclusão nas bibliotecas vai para além da possibilidade de leitores com diversas incapacidades terem acesso à leitura, exige que todos os cidadãos consigam ler. “As bibliotecas são ao mesmo tempo espelhos e janelas, espelho para o encontro de si mesmo e do seu semelhante, e janela para ver o Mundo e ajudar a compreendê-lo melhor”.
Miguel Horta falou da sua experiência como Mediador de Leitura. Tal como Manuela Barreto Nunes também considerou as bibliotecas como seres vivos. Elas devem ter adaptações fisicas mas também devem estar adaptadas ao público com dificuldades, por exemplo os que têm um baixo nível de iliteracia. Referiu ainda outros públicos específicos como a comunidade cigana, reclusos ou crianças autistas.
Mais tarde, decorreram as Tertúlias sobre Educação e Mediação Leitora. Discutiu-se em que medida é que as escolas estão preparadas para a Vida Independente, referindo exemplos de barreiras e de boas práticas. Citaram-se as novas tecnologias: Powerpoint, Vídeos, Redes Sociais, por exemplo.
Foto de Teresa Ferreira.
À noite, integrada no Programa do Encontro, decorreria uma sessão de narração oral no átrio do Museu do Neorealismo, com Thomas Bakk, Miguel Horta e Maria Abelha, com numerosa assistência.

No dia seguinte,  04 de Novembro, falaram Diogo Martins, presidente da Associação VidaIndependente, Sérgio Lopes, representando a Direcção da Mithós – Histórias Exemplares, Jorge Falcato arquiteto, deputado da Assembleia da República e líder do Movimento Deficientes Indignados, Margarida Fonseca Santos, escritora, e Maria João Filipe, coordenadora interconcelhia da Rede de Bibliotecas Escolares e professora bibliotecária da Escola Básica de Mafra, onde coordena o projeto Todos Juntos Podemos Ler do Agrupamento. Moderadora foi Manuela Ralha na qualidade de Vereadora de Vila Franca de Xira e Presidente da Mithós – Histórias Exemplares.
Na Tertúlia Vida Independente focaram-se aspectos das políticas sociais vingentes sobretudo no referente à educação, emprego, vida activa e acessibilidades. Diogo Martins falou sobre a Vida Independente como uma filosofia de vida para pessoas com deficiência. Este movimento nasceu nos EUA, nos anos 60; sobre o mesmo, fez um resumo histórico. A Vida Independente funda-se em dois princípios básicos: Autodeterminação e a Autorealização.  O  primeiro consiste no Direito da Pessoa com Deficiência saber e decidir o que é melhor para si. O segundo também é um Direito. que têm todos os cidadãos. de se realizarem pessoal e profissionalmente, sem limitações causadas pelas incapacidades.


Jorge Falcato falou de três modelos sociais da Pessoa com Deficiência:
Modelo mágico/religioso. Mais antigo, associa a deficiência ao castigo por algum pecado no passado.
Modelo médico. O problema está na pessoa e é esta que se tem de adaptar à sociedade e à sua organização. Se não o conseguir será afastada da sociedade e institucionalizada. Ainda é o vigente.
Modelo inclusivo. A deficiência não está na pessoa mas na sociedade, que não está adaptada para todos. Neste último modelo são as pessoas com deficiência, individualmente ou em grupo, que promovem a mudança de mentalidade.
Margarida Fonseca Santos falou na sua experiência com uma deficiência motora, e da sua decisão de escrever sobre estes problemas, tendo já publicado diversos livros, com boa aceitação no público de todas as idades. Citou vários exemplos e o dever que sente de educar os outros.
Maria João Filipe falou da Rede de Bibliotecas Escolares  e da realidade na Escola Básica de Mafra; referiu vários projectos, sobretudo o “Todos Juntos Podemos Ler” e “Ler na Ponta dos Dedos”, com a finalidade de criar bibliotecas escolares inclusivas e acessíveis a todos seja qual for a sua deficiência, referindo a importância do caráter interativo das atividades de leitura.

Conclusão do Encontro
Ainda falta muito para garantir os Direitos Humanos e a Igualdade de Oportunidades para pessoas com deficiência. A iliteracia deve ser um dos primeiros combates e através da leitura espera-se mudar as mentalidades, as políticas e as atitudes. Os debates foram muito participados, com intervenções dos participantes que revelam o interesse existente por estes temas na sociedade atual.

Texto: Élia Afonso, Hugo Sousa, rev. João Baeta Neves
Fotografias: Maria José Vitorino, Miguel Horta


Mais notícias sobre o Encontro: Encontro Mithós a LerAlbum de fotografias, aqui

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Bibliotecas inclusivas


Biblioteca Inclusiva será qualquer biblioteca que organize recursos e serviços segundo princípios de inclusão, combatendo todas as formas de exclusão – física, cultural, social, ou outra.Uma biblioteca sem barreiras, ou que procura eliminá-las. Uma biblioteca em que, idealmente, até os documentos "adaptados" deveriam estar nas mesmas estantes, juntos e acessíveis a todos.
Tema de uma interessante comunicação de Susana Peix Cruz, da Biblioteca Armand Cardona Torrandell ,publicado em 2014 no Boletim da Associação andaluza de Biliotecarios, com o título Bibliotecas inclusivas, bibliotecas para todos, de que citamos:

¿SON LAS BIBLIOTECAS INCLUSIVAS? 

Si tenemos en cuenta los datos recogidos de los catálogos de las bibliotecas de Málaga y de Andalucía, y los diversos informes consultados podemos afirmar que las bibliotecas públicas andaluzas todavía se encuentran bastante alejadas de la inclusividad en cuanto a servicios y materiales adaptados a personas con discapacidad (sobretodo niños y niñas). Algunos equipamientos ni siquiera son accesibles al 100% y todavía presentan barreras arquitectónicas. 
¿Cómo conseguir que nuestras bibliotecas sean espacios inclusivos? 
Sensibilidad: hacia los colectivos con discapacidad. Sensibilidad e interés por romper las barreras mentales conociendo sus características, como tratarlos, sus necesidades lectoras y culturales... Debemos ser conscientes de que están ahí, algunos más visibles que otros, de que existen aunque no los veamos, de que forman parte de nuestra sociedad y de que tienen los mismos derechos que el resto de ciudadanos. 
Presupuesto anual: es imprescindible contar con un presupuesto para terminar con las barreras arquitectónicas que todavía existan en nuestras bibliotecas, y para la adquisición de fondos documentales adaptados, sobretodo infantiles: cuentos en LSE, en SPC, en Lectura Fácil, audiolibros, películas con audiodescripción… También se pueden incluir como materiales de apoyo: señalización con pictogramas, lupas, programa Jaws, telelupa...
Tratamiento del fondo documental: en algumas bibliotecas la catalogación de los documentos adaptados condiciona y muchas veces dificulta su ubicación en las salas infantiles. Es importante no caer en la segregación del fondo documental en nuestras bibliotecas de manera que separemos los documentos adaptados del resto por el hecho de “estar adaptados”. Para conseguir una biblioteca inclusiva los documentos, adaptados o no, deberían estar juntos. El hecho de separarlos del resto nos limitaría a una integración de nuestros fondos que, si bien puede ser un importante avance, debería servirnos como un primer paso para llegar a la inclusión definitiva. 
La solución es sencilla: catalogar estos fondos sin modificar la signatura por el hecho de ser adaptados ya que la mayoría son textos originales perfectamente válidos para todos los niños y niñas y las adaptaciones se basan en un texto más sencillo (siguiendo o no las directrices de la Lectura Fácil), en otra lengua (lengua de signos española) o un cambio de tipografía (sistema Braille). Estos materiales se pueden identificar mediante la materia: lengua de signos, lectura fácil, lenguaje pictográfico, Braille… La identificación con materias es importante en cualquier fondo de ficción infantil y indispensable en esta tipología de documentos como sistema de recuperación bibliográfica. Utilizando las materias para identificar estos documentos podemos ubicarlos sin segregarlos y ordenarlos siguiendo el mismo criterio que utilicemos con el resto de fondos infantiles: alfabéticamente o por centros de interés, de manera que en cada uno de los centros de interés podamos incluir diferentes materias y formatos. De este modo normalizamos nuestro fondo y cualquier usuario sea cual sea su condición y capacidad podrá acceder sin sentirse diferente del resto. 
Actividades y servicios: además de fondos adaptados a las diferentes necesidades es interesante contar con actividades de fomento a la lectura adaptadas a diferentes colectivos: conferencias, exposiciones, cuentacuentos interpretado en lengua de signos… Así como servicios específicos: visitas personalizadas, formación de usuarios, personal con conocimiento de lengua de signos, etc. 
Fonte:  https://www.aab.es/app/download/21024463/SUSANA+PEIX.pdf